
Revitalização com sintetizadores, já!
Por Ana Luisa Pasin
Em meio a essa ideia de que o centro está sendo abandonado pela maior parte da população, havendo uma desconcentração das massas para zonas mais periféricas das cidades, as pessoas isolam-se cada vez mais umas das outras. Há uma onda contra esses preceitos, formada por jovens e seus coletivos independentes, dos quais enxergam uma reconfiguração destes espaços públicos. Eles obtêm um paralelo da arquitetura clássica do Centrão de SP com a modernidade da música experimental.
De fato, como o funk, esse meio também gera uma identificação, uma nova linguagem... Entre BUNS sonoros, BITS e LUZES que iluminam prédios históricos da metrópole, conhecemos pessoas que fazem parte disso. Quando menos imaginamos, já nos sentimos inseridos nesse meio, pelo simples fato das pessoas não serem iguais e mesmo assim, possuírem a vontade de participar do evento.
O exotismo expansivo das pessoas que vão, faz com que essas festas proponham uma riqueza de ideias além do comum. Em sua maioria, tais pessoas, conheceram o evento por meio da rede social Facebook. O que garante a expansividade, é justamente essa facilidade de conhecer pelos meios divulgadores.
No som eletrônico experimental, o que impera é a hibridização. Ele bebe da fonte da mpb, do hip-hop, do soul, do funk, do rock, do jazz, do folk, do gipsy, do trip-hop, do 8-bit e outros vários ritmos. O que o torna inclusivo.
É evento aberto? É. É um espaço público? É. É gratuito? Também. Mas será que todos possuem acesso à tal? Na medida em que pesquisamos esse meio, vemos também, pessoas que estão apenas de passagem nos arredores do local.
O que também podemos notar, é o conflito de interesses nos fluxos de rua, alguns admiram a iniciativa, outros não acham um movimento muito significativo.
Aos poucos, esse novo movimento feito de ondas vivas, dos quais integram e permitem que grupos afastados de outros pontos periféricos da cidade, possam ter acesso ao evento.